ESTUDO BÍBLICO

16/07/2009 01:29

ESTUDO

CAPITULO I

A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO

A começar no dia de Pentecostes, o Espírito Santo tem estado em atividade incomum, mui especialmente desde o inicio do século XX, quando surgiu o moderno movimento pentecostal. Entendemos que este derramamento do Espírito representa um dos importantes sinais do regresso de Jesus a este mundo.
A proeminência que o Espírito Santo em Sua obra ocupa nestes dias, torna imperativo que os crentes sejam bem informados acerca da Terceira Pessoa da Trindade. A pessoa que se aprofunda, biblicamente, neste assunto desfrutará ricas experiências espirituais, pois é através do Espírito que Cristo se revela ao mundo. É pelo Espírito que Cristo opera com poder na sua igreja.
Precisamos da sua plenitude. Os tempos que atravessamos são tempestuosos e satanás sabendo que seu tempo é curto, opera vigorosamente contra Deus e contra a sua causa.
Somente pelo poder do Espírito Santo poderemos vencer essas forças diabólicas assestadas contra nós.
Enquanto estudamos neste curso, acerca da natureza e do ministério do Espírito Santo, não nos contentemos com apenas um conhecimento superficial do assunto, mas imploremos ao Senhor, a plenitude dessa benção e do poder que o Espírito Santo veio ao mundo suprir.
 1.    A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
 Muitas pessoas têem a impressão de que o Espírito Santo é uma vaga força intangível, ou apenas uma misteriosa influência que ninguém define.
Essa opinião está muito longe da verdade. O Espírito Santo é uma pessoa, sim, a Terceira Pessoa da Trindade.
Uma forma corpórea não se faz necessária para que haja personalidade. Entretanto numa personalidade sempre encontramos os três seguintes atributos: intelecto, sensibilidade e volição. Encontramos esses três fatores no Espírito Santo. Ele possui intelecto: Ele raciocina, julga e compreende. Ele tem volição possuindo a capacidade para determinar e agir. Ele também sente (Ef 4:30).
Uma das razões porque se atribui personalidade ao Espírito Santo é o fato de que a bíblia lhe atribui certos nomes. Um dos seus grandes títulos é o “CONSOLADOR”. “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” – João 14:16. “Consolador” significa “alguém” chamado para estar ao lado”, indicando o ministério confortante do Espírito.
Outras provas da personalidade do Espírito Santo encontramos em suas ações. Notamos que Ele ensina: ... “Esse, nos ensinará todas as coisas” – Jo 14:26. Ele ora: ... “ o mesmo Espírito intercede por nós”, Rm 8:26. Ele ordena. ... “foram impedidos pelo Espírito” ... ; “... o Espírito de Jesus não lhe permitiu”, At 16:6,7. Também o Espírito testifica: “ ... Ele testificará de mim”, Jo 15:26. O Espírito Santo poderá ser tratado como Pessoa. Segundo Pedro, Ananias mentiu ao Espírito Santo. At 5:3. E possível entristecer o Espírito – Ef 4:30. Não seria possível fazer essas coisas contra o Espírito se Ele fosse somente uma influência.

 

 

 

 

2. A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO

 As escrituras não somente revelam o Espírito Santo como uma pessoa como também assinalam a Sua Deidade, o fato que afirma ser Ele Deus. O incidente da tentativa de logro praticada por Ananias em At5, serve de ilustração da divindade do Espírito Santo. Quando Pedro primeiramente falou a Ananias, acusou-o de ter mentido ao “Espírito Santo”, (v.3). no verso seguinte Pedro disse: “mentiste a Deus”.

Outra prova da divindade do Espírito encontra-se nas divinas qualidades que se atribuem a Ele. Por exemplo, Hebreus 9:14 descreve-o como “o Espírito Eterno”; o Salmo 139:7-10 indica a onipresença (estar presente em toda a parte) do Espírito, ao exclamar Davi: “Para onde me irei do Teu Espírito’?

Em Lucas 1:35 encontramos a onipotência ( todo o poder ) do Espírito. “Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá”, disse o anjo a Maria. Em I Cor 2:10:11 vemos a onisciência ( todo conhecimento ) do Espírito Santo que “penetra todas as coisas”. Somente Deus possui essas qualidades.

Notemos também o poder criativo do Espírito Santo. Na criação do mundo o Espírito trouxe a vida – Gn 1:2; Sl 104:30; Jó 33:4. Ele regenera o homem por meio do novo nascimento, como Jesus disse a Nicodemos, (Jo 3). Notemos em Jo 16:8-11 a tríplice obra do Espírito Santo no pecador: 1º. Convencer do pecado, v.8, “porque não crêem em mim”. 2º. Convencer da justiça: “porque o príncipe deste mundo (satanás) está julgado, v. 11.

Foi o poder do Espírito Santo que operou na ressurreição de Jesus Cristo e o mesmo poder operará em nós na ressurreição dos mortos, II Cor 4:13,14.

 2.      OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO

 São muito significativos os nomes e títulos do Espírito Santo, pois esses revelam muito, concernente à sua obra e natureza. Por exemplo, às vezes, como em I Cor 3:16 e chamado “ O ESPÍRITO DE DEUS” . Isso significa que Ele mantém uma relação especial para com o Pai tal qual Eliezer, o servo de Abraão que representou seu senhor quando foi buscar uma esposa para o filho Isaque (Gn 24). Assim o Espírito Santo está cumprindo a obra de Deus em preparar uma esposa ( a igreja Universal) para Cristo durante a dispensação atual. Vide I Coríntios 3:16 e I João 4:2.

A terceira pessoa da Trindade é chamada também o “ESPÍRITO DE CRISTO” – (I Pe 1:11). Alguns erroneamente, teem pensado que havia e há dois Espíritos diferentes. Mas esse não é o caso. O crente não recebe dois Espíritos,mas sim o Espírito Santo que vem em nome de Cristo, que o envia. A obra especial do Espírito é glorificar o Filho de Deus, e por esta razão tem o nome “Espírito de Cristo”.

Um dos mais sublimes nomes do Espírito Santo é o “ESPÍRITO DE VIDA” (Rm 8:2). A vida que Jesus prometeu a seus seguidores torna-se uma realidade através da operação do Espírito Santo. Seu poder aniquila o poder do pecado e da morte. A cura divina também é efetuada em nossos corpos pelo mesmo Espírito, Rm 8:11; I Cor 12. O dia chegará quando Ele ressuscitará os nossos corpos mortais, como ressuscitou o corpo de Jesus.

Nós, como crentes, regozijamo-nos no fato de sermos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, Rm 8:17. De que maneira isso se torna realizado? Pela operação do Espírito que em Rm 8:15 é chamado “ESPÍRITO DE DOÇÃO”. O testemunho íntimo do Espírito em nossos corações nos faz compreender que de fato somos os filhos de Deus, adotados para sermos participantes da família celestial.

Como “Espírito Santo”, o Espírito Santo muito valor tem para o cristão. O caminho da santidade, é trilhado quando permitimos que o Espírito Santo cumpra em nós o seu ministério. Ele é santo, e esta santidade se transmite a quem anda pelo Espírito. Oxalá todos os crentes compreendessem bem que Ele viva em nós, renovando-nos segundo a imagem de Deus, criando em nós o anelo pela santidade, possibilitando uma vida vitoriosa. O segredo da santidade é uma Pessoa, esta Pessoa é o Espírito Santo.

Cristo mesmo, ao anunciar a descida do Espírito Santo, mencionou-o como “CONSOLADOR ”, Jo 14:16. Em nenhuma outra parte das Escrituras há um título do Espírito Santo, revelando-o tão misericordioso. Os discípulos estavam atribulados. Necessitavam consolo divino. Jesus fez face a esta necessidade, prometendo-lhes o dom, o qual lhes proporcionaria abundante consolo. O consolo que o Espírito Santo lhes daria não seria uma mera compaixão; de fato Ele sararia as feridas de seus corações ao comunicar-lhes valor e fortaleza. Todo crente deve permitir que o Espírito Santo realize esse ministério em sua vida, At 9:31.

Em Hb 10;29 faz-se referência ao “ESPÍRITO DA GRAÇA”. Todo o evangelho é um Evangelho de Graça. Deus amou o mundo de tal maneira, que deu seu filho sem reservas. O Senhor Jesus oferece seus dons simplesmente por Graça.”Porque pela graça sois salvos, por meio da fé e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras para ninguém se gloria”, Ef 2:8,9. De perfeito acordo com o Pai e o Filho, o Espírito Santo apresenta os tesouros celestiais em qualidade de dons gratuitos para o homem, trazendo a este mundo o Espírito único do Pai e de seu Filho e a proposta da Graça. Ele recusa tratar com aqueles que querem negociar suas bênçãos. Jamais aceitará retribuição alguma por seu trabalho. Não permitirá jamais que se lhe atribuam em retribuição por seus dons. A graça é a lei fundamental do seu ministério; o Espírito Santo é especialmente o “ESPÍRITO DE GRAÇA”, Ac 12:10.

Em Zacarias 12:10 se faz referência ao Espírito Santo com o nome de ESPÍRITO DE ORAÇÃO . Do mesmo modo o apóstolo Paulo nos diz o seguinte: “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é Ele que segundo Deus intercede pelos santos, Rm 8:26,27. Em I Cor 14:2 diz: “Porque se eu orar em língua estranha, o meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto. Que farei pois? Orarei com o espírito mas também com o entendimento”. Isto designa particularmente o dom de línguas como o ministério de oração no espírito. O Espírito Santo é tão eficiente e competente em virtude de ser Deus mesmo e conhecer todas as coisas, que está capacitado na forma preeminente para dirigir a vida de oração do crente.

Ao falar por meio dos crentes cheios do Espírito Santo mediante o dom de línguas, ou inspirando-lhes o entendimento, o Espírito Santo se constitui no poderoso ESPÍRITO DE SÚPLICA . Como é necessário que os crentes estejam cheios do Espírito de Súplica! Quanto poder-se-ia realizar para o reino de Deus na atualidade se os crentes cheios do Espírito Santo se dedicassem ao ministério da intercessão, permitindo que o Espírito de súplica ore por meio deles, de acordo com a vontade de Deus.

Estudaremos agora a revelação divina no sentido de que o Espírito Santo é o ESPÍRITO DE VERDADE – Jo 16:13. Na profecia de Isaias com respeito à vinda do Messias, tal como se registra no capítulo 11:2,3, o Espírito do Senhor se menciona como o “Espírito de sabedoria e de inteligência , espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor a Jeová. E deleitar-se-á no temor do Senhor”. Temos aqui, sete vocábulos referentes ao Espírito de Verdade. Dos sete Espíritos este é o único que se define com sete termos. Quando Cristo informava aos discípulos com respeito a descida do Consolador, que devia ocupar seu lugar junto aos discípulos, afirmou que a obra e ministério especial desse consolador, seria de ENSINAR-LHES todas as coisas (Jo 14:26;16:13). Foi Cristo quem lhe deu o título de “Espírito de Verdade”. Declarou ainda que “quando o Espírito de Verdade viesse testificaria dEle, João 15:26. Uma vez que o Senhor Jesus é a Verdade, (Jo 14:16), é de se esperar que o Espírito de Verdade testificará de Cristo, que é a verdade. Pela terceira vez o senhor denomina o Espírito Santo como o Espírito de Verdade, em Jo 16:13. Declara que “Ele vos guiará em toda a verdade” e ainda: “porque há de receber do que é seu e vo-lo há de anunciar”.

O último dos sete espíritos de Deus é o “ESPÍRITO DE GLÓRIA”, I Pd 4:14; Rm 8:18. O que sofre vitupérios por causa de Cristo, não somente experimentará o Espírito de Glória em seu ser, senão que a glória que nele reside manifestar-se-á no último tempo. Pelas feridas do corpo e do espírito,o Espírito de Glória acumula sua glória em nossa vida para o dia da redenção. Desta maneira proporciona nossa glorificação e do mesmo modo se glorifica o Senhor. Este foi o Espírito que repousou sobre Estevão, em circunstâncias que seus inimigos rangiam os dentes e se preparavam para matá-lo, At7:55. Estevão foi glorificado, pois o Senhor se pôs de pé para recebê-lo. Cristo também foi glorificado pela lealdade resoluta e a devoção desse seu servo.

 

4. SÍMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO

 Um desses símbolos é o “FOGO” , o que melhor descreve o Espírito, ilustrando a Sua santidade. O Espírito é igual chama viva que arde. Esse fogo pode referir-se também ao juízo que esperam aqueles que recusam o ministério gracioso do Espírito – Jo 15:2; Is 4:4; Hb 12:6-29.

Na língua grega usa-se a palavra “pneuma” tanto para dizer vento como para dizer “espírito”. Esse fato serviu aos escritores bíblicos que tomaram o VENTO como símbolo do Espírito, devido à semelhança existente entre os dois. O Espírito é como que o sopro de Deus, Jo 20:22. No dia de Pentecostes o Espírito Santo manifestou-se como que um vento impetuoso que encheu toda a casa e os 120 discípulos com poder sobrenatural. Até hoje Ele age sobre pessoas ou grupos trazendo-lhes o refrigério da presença de Deus.

Outro símbolo é a “ÁGUA ” – Is 44:3: “Porque eu derramarei água ...”A água é um elemento essencial a vida física. A água lava e o mesmo faz o Espírito Santo; a água refresca, o Espírito Santo também.

O Espírito Santo é representado em Seu estado eterno como o RIO DA VIDA que sai debaixo do trono de Deus e do Cordeiro, a vida da cidade Celestial. Nesta existência Ele é o Rio da Vida para as almas sedentas, espiritualmente.

Pelo fato de descer do céu, se dá ao Espírito Santo o símbolo de CHUVA e Orvalho, Sl 72:6; 133:3; os 6:3; Is 28:11,12. Que suave e refrescante e sua descida sobre a alma e como transmite vida a ela!

João viu o Espírito Santo que descia como pomba e repousou “Sobre Ele” Jo 1:32. Terno, doce, puro e manso como uma POMBA, o Espírito Santo se afugenta ou se entristece facilmente. Da mesma maneira que a pomba constitui o símbolo universal da paz, assim também o Espírito Santo é o instrumento ou agente divino que proporciona a paz ao coração do homem.

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Q U E S T I O N Á R I O

1. Por que é importante o estudo sobre o Espírito Santo?

2. Que se entende por personalidade?

3. Explique por que o Espírito é uma Pessoa e não apenas uma influência?

4. Mencione uma passagem em que o Espírito Santo é tratado como pessoa.

5. Quais as provas da deidade do Espírito Santo?

6. Quais os nomes do Espírito Santo estudados?

7. Fale sobre cada um.

8. Quais os símbolos do Espírito Santo?

9. Fale sobre cada um.

10. Como as escrituras apresentam o Espírito Santo?

11. Quais as provas bíblicas da personalidade do Espírito Santo?

12. Qual o título do Espírito Santo que indica o seu ministério?

13. Quais os atributos naturais do Espírito Santo que provam a sua divindade?

14. Quais os atributos que provam a existência de sua personalidade?

 

VERDADES PENTECOSTAIS

 CAPÍTULO I I

O ESPÍRITO SANTO NO VELHO TESTAMENTO

 Consideramos agora o trabalho e a presença do Espírito Santo, no Antigo Testamento. Talvez seja uma surpresa para muitos saber que o Espírito Santo é mencionado no V. Testamento SETENTA E UMA VEZ. E a terça parte de vezes mencionado no Novo Testamento. Treze destas referências encontram-se no Pentateuco; em Isaias e Ezequiel faz-se menção do Espírito Santo em quatorze e doze passagens, respectivamente. Os juízes e I Samuel o mencionam sete vezes e o livro dos Salmos, cinco. Somente dezesseis livros dos trinta e nove do Antigo Testamento não fazem referência ao Espírito Santo.

 1.      O ESPÍRITO SANTO NA CRIAÇÃO

 Muito tempo antes que fosse criado o homem, e mesmo antes que houvesse mundo, o Espírito Santo existia. Em Gn 1:2 descreve-se a terra como uma massa informe, vazia, e envolta em trevas. Um raio de esperança penetrava na escuridão: “ O Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Todos os três membros da Trindade tomaram parte na criação. O Pai exerceu volição e planejou a obra da criação; o Filho por sua vez, executou esse plano. O Espírito Santo também contribuiu com a sua cooperação que é especialmente a de conceder vida. Assim foi a criação e assim foi na ressurreição de Jesus; assim também é quando alguém nasce de novo. É o Espírito Santo quem provê a vida espiritual,seja para uma pessoa, seja para a Igreja.

O Espírito Santo é o provedor e sustentáculo da natureza, obra sobre qual o livro de Jó tem muito que informar; por exemplo em Jó 26:13 lemos: “Pelo seu Espírito ornou os céus”. A palavra “ornar” significa decorar ou adornar. Com que estão ornados os céus? A noite resplandece com o brilho dos corpos celestiais. Os astrônomos estudam as mudanças de cor das estrelas. Quem não aprecia a beleza da aurora e do sol poente? O cristão, mui especialmente; fica encantado com essas maravilhas porque também conhece o Artista cuja mão pinta lindas cenas. O Salmista disse no Salmo 33:6: “Pela Palavra do Senhor foram feitos os céus e todo o exército deles pelo espírito de sua boca”. O “Espírito de sua boca” é o Espírito Santo que ajudou na criação dessas maravilhas encontradas no Universo. Vide Jó 33:4 e Salmo 29:1.

 2.      O ESPÍRITO SANTO ANTES DO DILÚVIO

 Os primeiros versos de Gn 6 descrevem a corrupção dos homens nos dias ante-diluvianos, dias quando os seus pensamentos eram maus continuamente.

Em conseqüência disso Deus entristeceu-se e resolveu destruir a raça humana, menos a família de Noé, com a qual perpetuaria o mundo. No meio de tão violento juízo, lembrou-se Deus da misericórdia, oferecendo a Noé um meio de escape; a arca com que se salvou.

Durante 120 anos, enquanto se preparava a arca, o Espírito de Deus contendeu, insistiu com os ímpios. O ministério do Espírito é pelejar com o pecador, avisando-o do perigo iminente em recusar o conselho de Deus. Como devemos agradecer ao Senhor por essa voz do Espírito que nos comove! Mas em Gn 6:3 se declara: “Não contenderá o meu Espírito para sempre”. Embora seja grande a paciência de Deus, poderá ser esgotada em certo sentido. O pecador não deve presumir, pensando que de qualquer maneira e em qualquer época Deus usará de misericórdia. Os ante-diluvianos abusaram desta misericórdia e foram destruídos. Vide Mateus 12:32

3.      O ESPÍRITO SANTO E OS LÍDERES NO VELHO TESTAMENTO

 

 Muitos homens no V. Testamento receberam um poder especial pelo Espírito Santo, poder que lhes deu capacidade incomum no exercício dos seus ministérios.

JOSÉ – A nação do Egito enfrentou um tempo de crise sem paralelo na sua longa história. Um jovem hebreu havia interpretado os sonhos do rei, avisando a Faraó que sete anos de fartura seriam seguidos por sete anos de fome. A fome seria muito grave. José, que havia interpretado os sonhos, aconselhou ao rei que nomeasse um administrador, incumbindo-o de armazenar os cereais durante os anos de fartura. Quem seria o administrador para tão importante empreendimento? O rei perguntou: Acharíamos um varão como este em que há o Espírito de Deus? Gn 41:38. Então o rei pensou em José. Julgado que esse moço pudera receber interpretação divina dos sonhos, poderia então, receber sabedoria administrativa para a emergência nacional. José recebeu a incumbência e pelo Espírito do Senhor, administrou a vida econômica do Egito, usando de tanta sabedoria que indubitavelmente salvou a vida de muitos.

Pessoas que exercem funções administrativas nos dias atuais poderão receber a mesma sabedoria.

BEZALEEL – Precisa-se de sabedoria também para as coisas práticas. Quando Moisés precisava de um homem que seria a um só tempo arquiteto, desenhista, superintendente mestre de obras, carpinteiro e artesão, Deus preparou um tal Bezaleel, cujas qualidades são descritas em Êxodo 31:1-6; 35:30-35.

Muitas vezes cometemos o engano de supor que o Espírito Santo opera unicamente naquilo que chamamos a “obra espiritual”, mas a vida inclui muitas coisas de ordem material e para elas precisamos também da mesma operação do Espírito que ajudou a Bezaleel.

MOISÉS – Foi cheio do Espírito Santo, segundo Is 63:11. E desde que está escrito que o Espírito que habitou em Moisés foi transmitido aos setenta anciãos, de maneira que “pousou sobre eles o Espírito”, está plenamente demonstrado que Moisés era homem cheio do Espírito Santo. Números 11:17-25.

JOSUÉ – Em números 27:18 e Deut. 34:9 diz-se que era um homem no qual residia o Espírito Santo.

As Sagradas Escrituras expressam da mesma maneira que certos juízes experimentaram a descida do Espírito Santo em suas vidas, que os capacitou para cumprir determinadas tarefas.

SANSÃO – Não devemos pensar que Sansão fosse um gigante e de proporções físicas fora do comum, capazes de o tornarem o herói que era. As Escrituras apontam o Espírito do Senhor como o segredo da sua força. Quando o Espírito do Senhor veio sobre ele, então podia matar um leão com as mãos, Juízes 14:6. Foi o Espírito do Senhor vindo sobre ele que lhe deu forças para matar mil homens com a queixada de um jumento.

OTONIEL – (Jz 3:10), GIDEÃO – (Jz 6:34), JEFTÉ – (Jz 11:29).

OS PRIMEIROS REIS DE ISRAEL – Durante os primeiros reinados de Israel, o Espírito Santo operou com muita atividade. O poder do Espírito Santo transformou Saul “em outro homem”, I Sm 10:6. O Espírito ungiu também esse jovem rei para conduzir seu povo contra o inimigo, I Sm 11:6.

Mais tarde, quando Samuel ungiu Davi, o Espírito veio e permaneceu sobre esse jovem futuro rei, I Sm 16:13. Foi essa unção que fez Davi vencer o filisteu Golias e, subseqüentemente, reinar tão bem sobre a nação e bem assim escrever os maravilhosos Salmos. Esse homem que era “segundo o coração de Deus”; no Salmo 51:11, Davi orou: “Não retires de mim o Teu Espírito”.

OS PROFETAS – No Velho Testamento a obra do Espírito Santo atingiu o ponto máximo, no ministério dos profetas. Através desses homens de Deus Ele operou de três maneiras:

1. Fizeram proezas pelo Seu poder. Elizeu reconheceu o Espírito como o poder principal na vida de Elias, pedindo, como um derradeiro favor, que a porção dobrada da unção sobre Elias viesse sobre ele.

2. Os profetas falaram a mensagem de Deus sob a unção do Espírito.

3. A Palavra escrita por eles foi produzida pelo impulso do Espírito. Pedro disse que esse homens “falaram inspirados pelo Espírito Santo”, II Pedro 1:21.

Sendo que o Espírito Santo é Deus, Ele é o mesmo hoje como naquele tempo. Seu poder está ao nosso dispor e nós não podemos prescindir dele.

Quando os israelitas experimentavam a descida do Espírito Santo em forma parcial ou particular, vários de seus profetas profetizaram que chegaria o momento quando a descida do Espírito Santo seria universal, ou geral, Joel 2:28,29. Esta declaração prediz o derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, fazendo “toda a carne” participar de um acontecimento, que na historia do povo israelita ocorreu apenas individualmente, aqui e acolá. O derramamento do Espírito Santo seria de tal magnitude que viria acompanhado da profecia. É esta então a predição no sentido de que o Espírito Santo, que havia descido em forma especial sobre certos indivíduos no Velho Testamento fazendo-os também para profetizarem.

 Q U E S T I O N Á R I O

1. Há muitas ou poucas menções do Espírito Santo no Antigo Testamento?

2. Qual o livro do Antigo Testamento que mais menciona o Espírito Santo?

3. Qual o papel exercido pelo Espírito Santo na criação, como está descrito em Gn1:2 ?

4. Quem é o agente da vida espiritual na regeneração do pecador, chamada o “nascer de novo”?

5. Cite referências mostrando que o Espírito Santo, na criação, também adornou ou embelezou o Universo?

6. Qual foi a operação especifica do Espírito Santo para com os antediluvianos?

7. Qual a referência do livro de Gênesis em que o rei do Egito reconheceu que a superior capacidade de José procedia do Espírito de Deus?

8. Quem pode capacitar e dirigir os líderes e chefes atuais no cumprimento de justas responsabilidades?

9. Cite um caso estudado, em que o Espírito Santo capacitou alguém para trabalhos práticos.

10. Segundo as Escrituras, a capacidade invulgar de certos líderes do Antigo Testamento, procedia de quem?

11. Foi por ser agigantado, ter cabelos grandes e ser inteligente que Sansão realizou grandes feitos e proezas? Se não, por que foi?

12. Por que Saul prosperou inicialmente? Cite a Bíblia.

13. No Salmo 51, Davi deixa claro que os grandes feitos que realizou eram resultado de que? Cite o versículo?

14. Qual a época da máxima expressão do ministério do Espírito Santo no Antigo Testamento?

15. Que escreveu o apóstolo Pedro ao descrever o ministério dos profetas do Antigo Testamento?

16. Qual o profeta que por inspiração divina, predisse o derramamento geral do Espírito Santo, iniciado no Dia de Pentecoste?

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CAPÍTULO I I I

O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO

 Embora tenha sido mui poderoso o ministério do Espírito durante o Velho Testamento, encontramos no Novo Testamento que Seu ministério era ainda mais amplo. Considerando a Sua manifestação na vida e no ministério de Jesus Cristo e na Igreja por Ele estabelecida.

Durante 400 anos aproximadamente antes do nascimento de Jesus, o Espírito Santo não falou aos homens. Nenhuma voz profética havia proclamado a mensagem de Deus ao seu povo. Então, de repente, inaugura-se um período de atividade espiritual incomum; um velho sacerdote e sua esposa, Zacarias e Isabel, ouviram um mensageiro celeste dizer-lhes que, contrariando a natureza, eles teriam um filho. Essa profecia cumpriu-se com o nascimento de João Batista, que era “cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe”, Lc 1:15. O próprio pai, Zacarias, também foi cheio do Espírito Santo em razão do que proferiu a maravilhosa profecia concernente ao menino, registrada em Lc 1:67-79.

 1. O ESPÍRITO SANTO OPERANDO EM CRISTO

 A. O NASCIMENTO VIRGINAL – Lucas 1:26-45

Um anjo, apareceu a uma virgem por nome Maria, em Nazaré, anunciando-lhe que pelo Espírito Santo conceberia e daria à luz um Filho, o Salvador do mundo. O anjo também apareceu a José, com quem era ela desposada, assegurando-lhe que a gravidez de Maria seria resultante da agência do Espírito Santo.

B. APRESENTAÇÃO NO TEMPLO – Lucas 2:31-36

Após o nascimento de Jesus, em Sua apresentação no templo, outra vez o Espírito manisfestou-se de modo especial. A Simeão Ele revelou a verdadeira identidade desse menino, dizendo-lhe que era o Messias prometido. Simeão, um homem sobre quem o Espírito Santo estava, veio pelo mesmo Espírito ao templo no momento oportuno, e por Ele falou concernente a Jesus, a quem tomou nos braços.

C. JESUS, O SERVO DE JEOVÁ - Filipenses 2:5-8

Após um período de aparentemente menos atividade, o Espírito Santo tornou a manisfetar-se de um modo especial na vida de Jesus. Melhor entenderemos essa atividade, se compreendermos como Jesus esvasiou-se de Sua glória, experiência esta mencionada em Fp 2:7, onde está dito que Cristo era co-igual com Deus, sim, era o verdadeiro Deus; fazia parte da Deidade. Embora gozando essa posição elevadíssima, Ele voluntariamente renunciou-a tornando-se homem, a fim de sofrer a morte. Ele despojou-se da glória que tinha junto com o Pai, antes que o mundo existisse, Jo 17:5. Vindo ao mundo em corpo humano, Ele voluntariamente tomou sobre si a forma de servo.

Através do ministério do Espírito Santo, Ele tornou-se dependente de Deus. Limitou-se a operar obras sobrenaturais pelo poder do Espírito Santo, no Qual confiou.

Esta verdade deverá encorajar os crentes de hoje, pois eles também poderão receber o mesmo poder que operou em cristo – o do Espírito Santo.

D. O INÍCIO DO MINISTÉRIO – Mateus 3:13-17

Quando Jesus foi batizado por João no rio Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele, assinalando o inicio do Seu ministério. Que cena aquela! Ao emergir Jesus, o Filho de Deus, João Batista viu o sinal que Deus lhe indicara.”Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre Ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo”, Jo 1:35. Assim, quando os céus se abriram e o Espírito Santo desceu em forma de pomba, João percebeu que contemplava o próprio Cristo.

 E. O MINISTÉRIO PÚBLICO

O Espírito Santo operou de uma maneira especial no ministério do Filho de Deus. Primeiramente, o Espírito “conduziu-o ao deserto para ser tentado” ou provado pelo o diabo. Mt 4:10-10. Marcos descrevendo o mesmo incidente, emprega um termo mais forte: “impeliu-o”. Quem pensaria que o Espírito Santo “impeliria” Jesus a ser tentado? Vamos lembrar que o Espírito não levou Jesus ao deserto, para então abandoná-lo aos ataques de satanás. Em verdade foi pelo Espírito que Jesus ganhou a vitória, sobre toda tentação, usando Ele a espada do Espírito, a palavra de Deus, Hebreus 4:12.

A seguir teve início o Seu ministério de três anos e meio, tão repleto do poder de Deus, no qual enfrentou e venceu todos os inimigos da humanidade. Os demônios fugiram ante a sua presença; a lepra desapareceu ao toque de Sua mão; as vistas que nunca enxergaram, receberam visão; abriram-se os ouvidos aos surdos; tal ministério não tinha precedentes na história humana.

A própria natureza obedeceu à Sua ordem “aquietai-vos”, acalmando a fúria da tempestade. As águas do mar solidificaram-se sob Seus pés. Ele multiplicou pães e o peixes de modo a alimentar milhares.

A própria morte perdeu seu poder ante a palavra de Cristo, dizendo à filha de Jairo “Talita cumi”, ou ao filho único da viúva, “moço eu te digo”, ou “Lázaro vem para fora”; a Sua voz se fez ouvida nas regiões dos mortos, ordenando-lhes o retorno da vida.

A pregação de Jesus era diferente da de qualquer outro homem.”Nunca homem algum falou como este homem”, disseram aqueles que o ouviram. Não era somente o conteúdo de sua mensagem, como também a maneira de expressar,que causava admiração. Havia força e tremenda autoridade no seu falar, que transformava a vida de Seus ouvintes.

Sim, esse maravilhoso ministério de Cristo, era o resultado do poder do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Trindade, que nEle operava. Cristo exerceu Seu ministério, não como divino apenas, mas sim, como um homem perfeito ungido pelo Espírito Santo.

 2. O ESPÍRITO SANTO NA IGREJA

A – A PROMESSA

Tendo se realizado a ascensão de Cristo à destra do Pai, o Espírito veio ocupar um lugar ainda mais proeminente entre os homens.

Cristo prometeu aos seus discípulos que receberiam poder lá do alto,a fim de que cumprissem a grande comissão que lhes ordenara, At. 1:8. O Senhor identificou essa experiência, dizendo-lhe que dentro de poucos dias seriam batizados com o Espírito Santo, Atos 1:5.

B – PENTECOSTE

No Cenáculo, os 120 seguidores de Cristo esperavam a vinda do Espírito Santo, a qual verificou-se no dia de Pentecoste. Esse evento poderoso, incluindo línguas como que de fogo, experiência que encheu os corações desses irmãos, possibilitando-lhes a falares línguas por eles desconhecidas, mediante poder sobrenatural.

C – OS ATOS DO ESPÍRITO SANTO

O livro de Atos bem poderia ser chamado “ Os Atos dos Espírito Santos”. Qual era o poder que transformou os homens? Qual a razão de tantos milagres operados na Igreja do primeiro século? Como se explica a divulgação tão rápida do Evangelho nesse tempo, iniciando um movimento que perdura em nossos dias? Essa foi a obra do Espírito Santo.

D - A OBRA MISSIONÁRIA

O Espírito Santo supriu o poder necessário ao cumprimento da “Grande Comissão: Ide por todo o mundo”, MT 28:19,20, que Jesus ordenou aos crentes. Seu poder operou os milagres e lhes deu a sabedoria que resolveu as dificuldades entre os crentes dentre os Judeus e os crentes dentre os gentios. O Espírito Santo não permitiu a Paulo ir a certas regiões, bem como à Bitinia; dirigiu-o a penetrar na Europa; deu aos apóstolos as palavras oportunas com as quais testificaram perante os governadores e concílios.

Sim, o Espírito Santo mostrou-se ser tudo aquilo que Jesus dissera acerca de Sua Pessoa.

Graças a Deus que o Espírito Santo está conosco, operando hoje nos corações em que Ele domina.

 3. O ESPÍRITO SANTO NO MILÊNIO

A – O ESPÍRITO SANTO – O DIVINO PODER EXECUTIVO

Através da dispensação atual, o Espírito Santo tem sido o Divino poder executivo da Igreja. Quando a Igreja o honra, experimenta avivamento; quando o ignora ou negligencia, sofre derrota em sua missão. O Milênio, ou seja, o reino de mil anos quando Cristo reinará sobre a terra, será o tempo quando o Espírito Santo exercerá a plenitude de Seu ministério, quando haverá um derramamento tal qual nunca houve no mundo. Isaías 32:15, assim descreve esse avivamento do Espírito Santo: “Até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto”. O profeta continua a descrever as condições reinantes durante o Milênio: “Justifica, paz, repouso, e segurança.” (Versos 16 e 17).

B – EM ESCALA INTERNACIONAL

A obra do Espírito manifestar-se-à em toda a parte do mundo, em escala nunca vista entre os homens. Ezequiel assim descreve esse movimento espiritual: “E porei dentro de vós o meu Espírito”, Ez 36:27.

Essa é a consumição da nova aliança entre Deus e os homens. Que privilégio conhecer pessoalmente o Espírito Santo!

CONCLUSÃO :

O nosso supremo anelo deve ser, acompanhar o nosso modelo, Jesus Cristo. Como Jesus conseguiu Seus objetivos pelo poder do Espírito Santo assim, poderemos conseguir também o mesmo pelo mesmo Espírito, que deseja envolver-nos com Sua presença.

A lei fundamental na vida de Cristo foi sempre completa confiança no Seu Pai. Esta mesma confiança também poderá habitar em nós. “Assim como o Pai, que vive, me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim que de mim se alimenta, também viverá por mim”. – João 6:57.

 Q U E S T I O N Á R I O

1. Qual a amplitude do ministério do Espírito Santo em o Novo Testamento, comparado àquele do Antigo Testamento?

2. Cite os dois homens do Novo Testamento, anteriores a Jesus, que foram cheios do Espírito Santo:

3. Cite a referência do milagre do nascimento virginal do Senhor Jesus, por ação do Espírito Santo:

4. Descreva a cena relacionada com o Espírito Santo, à margem do Jordão, que marcou o início do ministério público de Jesus.

5. Que instruções João tinha da parte de Deus, para averiguar quem era Jesus?

6. Cite exemplos do poderoso e triunfante ministério de Jesus sob a unção e poder do Espírito Santo, abrangendo a esfera humana, a natureza, e os poderes das trevas:

7. Onde está em Atos a promessa direta de Jesus de batizar os crentes com o Espírito Santo?

8. Descreva como a cena ocorrida no Cenáculo, quando os primeiros crentes foram batizados com o Espírito Santo:

9. Qual outro título mais apropriado para o livro de Atos dos Apóstolos?

10. Como explicar a espantosa expansão do Evangelho nos dias apostólicos, em meio a tantas limitações e obstáculos?

11. Qual a relação entre o Espírito Santo e a obra missionária implícita na Grande Comissão?

12. Supondo as profecias, em que dispensação o Espírito Santo exercerá a plenitude de Seu ministério?

13.Qual deve ser o nosso anelo, ao considerarmos Jesus e Seu relacionamento com o Espírito Santo?

 

Santificação

Através de toda a Bíblia, a santificação tem sido um elemento essencial na relação entre Deus e seu povo. Esta qualidade de ser separado do pecado é uma característica fundamental da santidade de Deus, que tem que ser desenvolvida como parte do caráter de seus filhos. Depois de observar brevemente a importância da santificação através de toda a Bíblia, consideraremos as implicações de um texto desafiador na segunda carta de Paulo aos cristãos em Corinto.

Deus Quer um Povo Santo

Desde a criação, Deus quis um povo santo. Ele desejou uma comunhão especial com os homens que fossem capazes de andar com ele e falar com ele numa união especial. Mas a própria natureza de Deus estabelece limites para tal associação. Seu caráter santo não pode permitir ser contaminado pelo pecado e pela corrupção. Os homens só podem estar na sua presença se forem puros.

Adão e Eva andavam no mesmo jardim que Deus, e falavam com ele. Mas logo pecaram e perderam esta convivência especial. Foram expulsos do jardim do Éden ­separados de Deus­ o que foi a morte espiritual que Deus havia prometido como conseqüência do pecado (Gênesis 2:17; 3:23-24). Povo sem santidade não podia permanecer na presença do santo Deus.

Depois que gerações de pecadores morreram num mundo corrompido, Deus escolheu os descendentes de Abraão para serem um povo santo. Ele os separou da má influência dos senhores egípcios e preparou uma terra onde poderiam habitar livres da corrupção dos povos idólatras. Ele até mesmo lhes deu uma lei especial, que ressaltava a distinção entre o puro e o impuro. Deus explicou a necessidade da pureza deles quando lhes deu essa lei:

"Eu sou o Senhor, vosso Deus; portanto, vós vos consagrareis e sereis santos, porque eu sou santo. . . Eu sou o Senhor, que vos faço subir da terra do Egito, para que eu seja vosso Deus; portanto, vós sereis santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:44-45).

Contudo, o povo que Deus havia selecionado excepcionalmente e resgatado não permaneceu santo. Os israelitas repetidamente exibiram seu pecado aos olhos de Deus. Ele às vezes avisou que poderia entrar no meio da congregação pecaminosa e destruir o povo (Êxodo 33:5; Números 16:44-45). Por quê? Simplesmente porque não pode haver comunhão entre a santidade de Deus e a impureza do homem. O homem tem que ser purificado, ou morrerá (veja Isaías 6:1-7).

Deus ainda quer um povo santo, e providenciou, através de Cristo, o meio de purificar os pecadores para servirem-no. Os cristãos são o povo santo de Deus (1 Pedro 2:5,9). Aqueles que se dizem ser seguidores de Jesus deverão conduzir-se como um povo santificado e purificado da impureza do mundo.

A Santificação é Essencial para ter Comunhão com Deus
(2 Coríntios 6:14 - 7:1)


A igreja em Corinto estava rodeada de imoralidade e falsa religião. Os cristãos eram freqüentemente tentados a voltar às más práticas do mundo. Paulo entendeu esta tentação quando lhes escreveu cartas de encorajamento. Consideremos seu ensinamento em 2 Coríntios 6:14 - 7:1.

Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Nos versículos 14 e 15 ele disse:

"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo?"

Encontramos nestes versículos uma lista de coisas que são totalmente opostas. Paulo não encoraja a nenhum tipo de compromisso. Ele não nos diz que um pouco de mal pode coexistir com a justiça. Em vez disso, mostra que não pode haver nenhuma tolerância do pecado na vida de um cristão. Os cristãos pecam (1 João 1:8,10), mas temos que admitir esses erros e procurar o perdão de Deus para manter a comunhão com ele (1 João 1:9; 2:1).

Certas religiões e filosofias orientais ensinam que o bem tem que ser contrabalançado pelo mal e que cada bem é manchado por alguma quantidade de mal. Tais idéias contradizem frontalmente o ensinamento da Bíblia. Bem e mal são distintos e não podem existir em harmonia. Os discípulos de Cristo não podem comprometer-se com o erro.

Esta santificação é baseada em nossa relação com Deus. Paulo continuou nos versículos 16 a 18 a dizer que a base para esta santificação é nossa relação com Deus. Nestes versículos, ele usa a linguagem das passagens do Velho Testamento para mostrar que Deus ainda deseja um povo santo:

"Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso."

O desejo básico de Deus permanece inalterado. Ele quer ter íntima comunhão com seu povo santo. Mas um Deus puro não pode ter amizade com pecado; portanto, temos que separar-nos do mal e da impureza. Mas, para que não vejamos isto como uma tarefa desagradável de renúncia, teremos que nos lembrar do grande privilégio que é descrito aqui, especialmente no versículo 18. O Deus Todo-poderoso do universo, nosso grande Criador e Redentor, quer ser nosso Pai. Os cristãos têm imenso privilégio de serem chamados filhos e filhas do próprio Deus!

Que faremos para aproveitar desta abençoada amizade com Deus? O primeiro versículo do capítulo 7 oferece a conclusão prática desta passagem:

"Tendo, pois, ó amados, tais promessas, purifi-quemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito, aper-feiçoando a nossa santi-dade no temor de Deus."

Por causa do grande privilégio de sermos chamados filhos e filhas de Deus, temos que nos purificar de toda impureza. Não apenas 50%, 90% ou 99% do pecado, mas de toda imundície.

Por quê? Por causa de nosso respeito a Deus. Ele merece nosso serviço de santificação.

Temos que ser limpos de que tipos de impureza? Paulo menciona duas amplas categorias de pecado que têm que ser expurgadas de nossas vidas:

Impureza da carne. Isto incluiria todas as formas de imoralidade e mundanismo. Pecados sexuais, embriaguez, desonestidade e todas as outras características da carne têm que ser abandonadas. Pessoas que praticam tais coisas não terão permissão para entrar na eterna comunhão com Deus (veja Gálatas 5:19-21; 1 Coríntios 6:9-11; Apocalipse 21:8).

Impureza do espírito. Impureza espiritual e religiosa também têm que ser removidas de nossas vidas. Os cristãos em Corinto estavam rodeados pela idolatria, por isso Paulo usou este exemplo específico. Estamos rodeados de uma variedade de doutrinas humanas e filosofias, práticas de espiritismo, adoração de santos e de imagens, etc. O verdadeiro cristão não pode continuar a participar de tais práticas impuras. Temos que limpar-nos de qualquer mal deste tipo (1 Coríntios 10:14), adorando somente a Deus (Mateus 4:10). Nossa adoração a Deus tem que ser de acordo com sua verdade (João 4:24). Sem nos santificar, não teremos comunhão com o Senhor que morreu por nós.

Aplicações em nossa Sociedade

Vivemos num mundo que tem sido manchado, por milhares de anos, pelo pecado. Estamos rodeados por violência, pornografia, desonestidade e falsa religião. Deus não pretende que nos isolemos deste mundo (João 17:14-21), mas que fujamos dos seus pecados (1 Timóteo 6:11) e brilhemos como luzes num mundo de trevas (Mateus 5:14-16). Nunca foi fácil viver como povo santificado num mundo de corrupção e injustiça, mas é possível. Jesus provou isso durante uma vida de pureza sem pecado. É nossa responsabilidade seguir seus passos:

"Porquanto para isto mesmo fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos, o qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca" (1 Pedro 2:21-22).


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