ESTUDO BIBLICO DE AGOSTO

20/07/2009 15:33

O que significa “galardoador”?

Algumas boas traduções bíblicas usam palavras que não são muito comuns nas nossas conversas diárias.

Vamos usar a palavra “galardoador” para ilustrar como esclarecer dúvidas quando encontramos palavras desconhecidas na leitura bíblica. Em Hebreus 11:6, o autor disse: “De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam” (da versão Almeida Revista e Atualizada, 2ª edição – RA2).

Se você já conhece a palavra, o versículo fará sentido e você continuará a sua leitura. Se não, há várias maneiras simples de esclarecer a dúvida para compreender a leitura.

(1) Consultar outras versões. Há várias traduções da Bíblia na língua portuguesa. Algumas são melhores do que outras, mas nenhuma é perfeita para todos os leitores. Quando encontra uma palavra difícil, pode procurar outras versões para achar uma palavra mais comum. No caso da palavra galardoador em Hebreus 11:6, algumas (como a Revista e Corrigida) usam a mesma palavra. Mas se comparar algumas outras versões (neste caso, a NVI ou a NTLH), vai encontrar uma frase mais simples – “que recompensa”.

(2) Consultar um dicionário comum. Se não tiver acesso a outras versões, pode consultar um dicionário como o Aurélio ou Houaiss e descobrir que um galardoador dá um galardão, que significa recompensa ou prêmio.

(3) Procurar o sentido da palavra original. Em alguns casos, consegue-se um entendimento melhor por meio de dicionários bíblicos ou léxicos que tratam do significado da palavra no idioma original. O Novo Testamento foi escrito em grego, e quase todo o Velho Testamento, em hebraico. Bons dicionários bíblicos (como o Dicionário Vine) são caros, mas podem ajudar o estudante esforçado. Vine define “galardoador”, citando a palavra grega (misthapodotes) e explicando seu significado: “aquele que paga salário”. Depois, ele fala das origens da palavra e comenta sobre o uso dela em Hebreus 11:6 (Dicionário Vine, página 671).

Com estas informações, o versículo citado se torna fácil. Devemos crer em Deus e acreditar que ele dá a recompensa para aqueles que o buscam. Agora, a parte difícil não é a compreensão, e sim, a aplicação. Você realmente está buscando Deus?

 

Qual a diferença entre salmos, hinos e cânticos espirituais?

Dois textos no Novo Testamento usam estas três palavras juntas. Efésios 5:18-19 diz: “E não nos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais”. Paulo, o autor de Efésios, escreveu instruções quase idênticas aos colossenses: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Colossenses 3:16).

Devemos resistir a tentação de forçar distinções artificiais entre palavras semelhantes, respeitando o contexto para observar melhor o sentido de cada termo. Ao mesmo tempo, enriquece o nosso entendimento e o nosso serviço observar diferenças básicas entre palavras.

A palavra traduzida “salmos” descreve cânticos do tipo encontrado no livro de Salmos no Antigo Testamento. Muitos dos Salmos escritos por Davi e outros são ricas mensagens de adoração. É provável que alguns cristãos primitivos tenham escrito outros salmos para expressar a glória de Deus.

Hinos são cânticos que oferecem louvor a Deus. A ênfase aqui está no fato de dirigir o louvor ao Senhor, diferente de outros cânticos que podem comunicar mensagens de edificação aos outros irmãos.

A palavra traduzida “cânticos” poderia descrever vários tipos de cânticos, mas Paulo acrescentou mais uma palavra para limitar o sentido a cânticos “espirituais”. A mensagem destes cânticos é espiritual, refletindo a atitude de corações voltados a Deus.

Quando adoramos a Deus e edificamos os nossos irmãos por meio de salmos, hinos e cânticos espirituais, devemos escolher cânticos que comunicam a reverência devida a Deus, e que transmitem mensagens espirituais que vêm dos princípios revelados pelo Senhor. Se um hino não demonstra o respeito e honra que Deus merece, não deve ser empregado no nosso louvor. Se a mensagem de um cântico não for espiritual e totalmente de acordo com a palavra de Deus, não devemos cantá-lo no nosso louvor.

É importante observar o destaque nestes versículos numa mensagem que vem de dentro para fora. Cantamos para agradar a Deus e para edificar os outros. Enquanto recebemos o benefício de crescimento espiritual (enchendo-nos do Espírito), o foco está no louvor e na edificação, não na diversão ou prazer próprio.

 

Como se Encher do Espírito

O servo de Deus procura evitar o mal e encher a vida com o bem. Paulo deu um exemplo desse contraste: "E não vos embriagueis com vinho ... mas enchei-vos do Espírito" (Efésios 5:18). Para evitar a embriaguez, devemos ficar longe da bebida (Provérbios 23:31), e devemos nos encher do Espírito. Mas como nos tornar cheios do Espírito? Paulo oferece três sugestões práticas nos versículos seguintes.

Cantar louvores a Deus (Efésios 5:19). Muitas pessoas bebem para lidar com - ou melhor, fugir de -- problemas e dificuldades emocionais. Uma das melhores defesas contra a tristeza e a depressão é o cantar. Por meio de salmos, hinos e cânticos espirituais conseguimos ensinar e encorajar outros, honrar a Deus e levantar o nosso próprio espírito por pensar nas grandezas do Senhor. Cânticos servem, também, em momentos de alegria, como meio de mostrar a nossa gratidão a Deus (Tiago 5:13).

Dar graças a Deus (Efésios 5:20). Pessoas carnais normalmente se preocupam com as coisas deste mundo. Freqüentemente são dominadas por cobiça, inveja, raiva e frustração no meio às dificuldades do cotidiano. O discípulo de Jesus, porém, olha para cima (Colossenses 3:1-10; Tiago 3:14-18). Quando pensamos nas coisas de Deus e nas bênçãos espirituais que temos em Cristo (Efésios 1:3), teremos muitos motivos para lhe mostrar a nossa gratidão.

Sujeitar-nos uns aos outros (Efésios 5:21). Uma das maiores fontes de satisfação na vida é o serviço aos outros. Pessoas ambiciosas e egoístas raramente sentem contentamento. Mas quando servirmos aos outros, imitando o exemplo do nosso Salvador, sentimos a alegria de nos entregar para o bem dos outros. Jesus disse: "Mais bem-aventurado é dar que receber" (Atos 20:35).

Quer ser mais espiritual? Cante, agradeça e sirva!

 

O Que é Santo

Teríamos os cristãos se tornado fracos em nossa postura a respeito de santidade? Jamais parece ter sido dito muito sobre isso. Quantos sentem como se estivessem vivendo vidas santas? Pergunte-se a alguém sobre o nível de santidade em sua vida e pode-se ficar surpreso pela resposta recebida. Os cristãos negligenciam a santidade? Pode ser que sim, pode ser que não, mas a santidade ainda merece investigação. Afinal, Deus disse, tanto no Velho como no Novo Testamento, "Santos sereis, porque eu, o Senhor, sou santo" (Levítico 19:2; 1 Pedro 1:16). O Velho Testamento é um bom lugar para começar. Comecemos respondendo a um par de perguntas. Primeiro, o que é "santo"? E então, qual é a fonte de santidade?

O que é "santo"? Comecemos pela origem do significado. O termo hebraico para santo provavelmente partiu de um conceito primitivo de separação ou remoção do sagrado do profano. Deus tomou a palavra e usou-a para descrever muitas coisas e atividades separadas para adoração. O termo para santo é encontrado predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O uso do termo santo foi habitualmente restrito pelas regras cerimoniais ou limitado a certo povo (Israel, sacerdotes), lugares (tabernáculo), coisas (altares), ou tempos (sábado). O termo oposto a santo é "impuro" ou "profano" (veja Levítico 10:10).

Qadash, o termo para santo no Velho Testamento, é usado mais de 600 vezes, de muitos modos. Muitas vezes é usado para nomear alguma coisa a ser separada; o santo lugar, por exemplo (Êxodo 28:43; 29:30), era separado dos lugares comuns para propósitos de adoração. Outras vezes é usado para descrever uma característica. O nome de Deus é literalmente expresso "meu santo nome" (Levítico 20:3; 22:2). Sião é, às vezes, chamado o "santo monte" (Salmo 2:6). Freqüentemente, o termo é usado como verbo. "Santificar" uma coisa é "consagrá-la", ou separá-la do comum. Deus "santificou" o altar (Êxodo 29:29), o Templo (1 Reis 8:64), pessoas (Êxodo 19:10, 14) e lugares (Êxodo 19:23). Em poucos casos a santidade é transmissível a outros objetos (Êxodo 29:37; 30:29; Levítico 6:27) mas na maioria dos casos somente a impureza é transmissível e poluente para o que é santo (Ageu 2:12-13). Os objetos santos são muito numerosos para serem nomeados aqui mas, para dar uma idéia, o tabernáculo (ou mais tarde o Templo) e todos os artigos envolvidos na adoração, as pessoas que executavam a adoração, a terra em volta do tabernáculo e a nação inteira de Israel eram considerados santos.

O Velho Testamento usa o termo santo para descrever algo que é separado de coisas comuns, impuras, contaminadas, do vício e da idolatria, e conseqüentemente se torna um antônimo para tais coisas. Ele descreve todas as pessoas, lugares, coisas e tempos de algum modo associados com Deus e sua adoração. Se um tal artigo de algum modo se tornasse impuro, tinha que ser limpo novamente com sacrifício de sangue. Skinner descreve o significado de santidade dizendo que santidade, "... em resumo, expressa uma relação que consiste negativamente em separação do uso comum, e positivamente em dedicação ao serviço de Jeová"1.

Qual é a fonte da "santidade"? Deus disse aos israelitas, "Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos consagrareis, e sereis santos, porque eu sou santo" (Levítico 11:44). Santidade não é um atributo de Deus, mas sua natureza essencial (Espírito Santo). Santidade se refere a Deus e ou aquilo feito santo por ele e portanto nenhuma santidade existe fora dele. "Santo" indica a própria separação de Deus da impureza ou pecado em sua perfeição de ser. Coisas que eram inerentemente limpas poderiam tornar-se santas ao serem dedicadas a Deus e seu serviço, tanto por Deus como por uma cerimônia estabelecida por ele. Somente Deus tem poder e autoridade para tornar santos e purificar coisas contaminadas pela impureza. Portanto, toda santidade vem de Deus.

O termo santo descreve aquelas coisas separadas do que é comum ou impuro, e sua fonte é Deus. Mas isso é apenas o começo. Pedro citou "Sede santos porque eu sou santo" no Novo Testamento (1 Pedro 1:16), mas a idéia não é nada nova. Deus indicou logo no início que ele esperava que as pessoas de todas as idades fossem santas. Um autor comenta o relato da criação em Gênesis 1:26 e observa, "Fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ser à imagem de Deus significa, entre outras coisas, que fomos feitos para espelhar e refletir o caráter de Deus. Fomos criados para luzir para o mundo a santidade de Deus. Este era a principal finalidade do homem, a verdadeira razão para sua existência"2. O sábio Rei Salomão escreveu, "Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" (Eclesiastes 7:29). Fomos criados à sua imagem, mas onde estamos agora? A citação de Pedro ainda permanece verdadeira como afirmação. Somos separados em Cristo. Mas como mandamento, podemos dizer que seguimos tudo isso estritamente? Examinemos nossas vidas e vejamos se espelhamos a santidade de Deus.

 

Estudo Textual: 2 Timóteo 2:1-26
O Obreiro Aprovado de Deus

Tendo encorajado Timóteo a continuar no seu serviço de evangelista (veja 2 Timóteo 1:6-8,13-14), Paulo agora o exorta a encarar os sofrimentos deste trabalho, desenvolvendo as seguintes características do ministro fiel:

Mestre da palavra (2:1-2). Em sofrimento, o servo de Deus deve procurar força na graça de Deus, e não em sua própria capacidade ou sabedoria (2:1; veja Hebreus 12:28; Tito 2:11-14; 2 Coríntios 12:7-10). Assim fortificado, é necessário que o servo ensine a palavra da graça de Cristo para outros (2:2; veja Atos 20:32). Nisto notemos duas coisas importantíssimas:

  • É a vontade de Deus que a mesma palavra se passe de uma geração para outra. Paulo disse, "o que da minha parte ouviste...isso mesmo transmite a homens...para instruir a outros" (2:2). Deus não quer que novas gerações ensinem coisas novas (veja Gálatas 1:8).

  • O que é preciso em quem vai ensinar a palavra é fidelidade, e não eloqüência ou sabedoria própria (veja 1 Coríntios 4:1-2). Quem se fortifica na graça de Deus e não no orgulho de homens ensinará apenas a palavra de Deus.

Soldado, atleta, lavrador (2:3-13). O servo do Senhor precisa ser bem treinado e disciplinado para que possa alcançar os alvos de Deus. Como soldado, terá que sacrificar certos confortos e seus próprios desejos para conquistar o objetivo do seu capitão. Como atleta, terá de seguir regras, sacrificando a sua liberdade para receber o prêmio. Como lavrador, terá que trabalhar duro com muita paciência, para depois receber o fruto (2:3-7).

Jesus e Paulo são exemplos perfeitos. Eles sofreram em servir a Deus, confiantes que ele dê a cada um de acordo com as suas obras (2:8-13; veja 2 Coríntios 5:9-10).

Obreiro diligente (2:14-19). Enquanto muitos no mundo religioso se enrolam com questões de doutrinas de igrejas e teologia humana, o servo de Deus precisa se afadigar no estudo da palavra da verdade (2:15). Quem busca contendas de doutrinas e segue toda idéia nova gasta seu tempo e corrompe outros com sua falta de confiança na simples palavra de Deus (2:14,16-19; veja Marcos 12:24,27; Efésios 4:11-14).

Vaso santificado e disciplinado (2:20-26). O servo de Deus deve disciplinar a sua própria vida, fugindo das coisas que não convêm, e seguindo as que o tornam útil para serviço na casa de Deus (2:20-23). Com a sua própria vida em ordem, o servo então deve exortar a outros, lhes ensinando a pura palavra de Deus com a esperança de que sejam convencidos a se arrepender e parar de servir o diabo (2:24-26).

Perguntas para mais estudo:

  1. Para ensinar a palavra de Deus, é mais importante ser teólogo ou ser fiel? (2:1-2)

  2. De que maneira o servo de Deus é como um soldado, atleta, e lavrador? (2:3-13)

  3. Qual a nossa responsabilidade perante a "palavra da verdade"? (2:14-26)


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